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PRISÃO DOMICILIAR DE BOLSONARO AFASTA TENTATIVA DE NEGOCIAÇÃO COMERCIAL COM OS EUA E UNIÃO EUROPEIA

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A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro pode, sim, impactar de forma direta e profunda as negociações entre Brasil e Estados Unidos. Isso ficou evidente quando, logo após o anúncio da prisão do ex-presidente, Donald Trump se manifestou nas redes sociais, condenando a medida e classificando o posicionamento do ministro Alexandre de Moraes como um ataque político. A resposta norte-americana foi rápida e contundente, encerrando qualquer possibilidade de negociação em torno do tarifaço de 50% que passa a vigorar nesta quarta-feira (6). Neste cenário, o Brasil corre o risco de mergulhar em uma crise diplomática com consequências comerciais imprevisíveis.


O impacto não se restringe apenas aos Estados Unidos. A União Europeia, segundo maior mercado internacional do Brasil, também demonstrou desconforto com o andamento do caso Bolsonaro e a postura do STF. Países que vinham mantendo diálogo próximo para a consolidação do acordo entre o Mercosul e a União Europeia agora recuam, diante da instabilidade institucional brasileira. O Parlamento Europeu passou a apoiar a inclusão do ministro Alexandre de Moraes na lista da Lei Magnitsky, que pune autoridades estrangeiras acusadas de violar os direitos humanos, o que agravaria ainda mais o isolamento diplomático do Brasil.


O governo federal, que até então apoiava integralmente o Supremo Tribunal Federal em sua condução do caso Bolsonaro, pode estar enfrentando um verdadeiro “tsunami político”. A aposta em blindar a atuação do STF pode ter sido mal calculada diante de uma reação internacional mais severa do que o esperado. A instrumentalização de instituições para perseguir adversários políticos — como acusam vozes internacionais — é vista com extremo cuidado por democracias ocidentais, que valorizam o equilíbrio entre os poderes e o devido processo legal.


Com o tarifaço imposto pelos EUA e o afastamento da União Europeia, o Brasil corre o risco de ver suas exportações despencarem, principalmente nos setores do agronegócio, carnes, mineração e indústria de base. A perda de confiança dos parceiros comerciais tende a provocar efeitos em cascata sobre o crescimento econômico, os empregos e o câmbio. A condução do governo frente a este impasse geopolítico exigirá habilidade diplomática e um reposicionamento institucional, se quiser evitar que o país mergulhe em uma recessão econômica provocada por erros de articulação política e jurídica.

Por: João Bosco

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