FRAGILIDADE DAS NEGOCIAÇÕES DO GOVERNO LULA PRESSIONA ECONOMIA BRASILEIRA
- jbcomunicacoes100
- 11 de ago.
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O vice-presidente Geraldo Alckmin, designado pelo presidente Lula para conduzir as negociações referentes ao chamado “tarifaço”, não obteve êxito nas tratativas — quando de fato aconteceram — com o governo norte-americano. Enquanto isso, Lula, mantendo o discurso de defesa da soberania nacional, busca agora apresentar um pacote de medidas para tentar conter os impactos das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre diversos produtos brasileiros.

Donald Trump anunciou isenção temporária para mercadorias em trânsito que chegaram aos EUA até 5 de agosto, aliviando momentaneamente a preocupação de parte do empresariado nacional. No entanto, a medida não elimina a apreensão de muitos outros setores, que aguardam para saber quais produtos permanecerão fora da lista de exclusões. A nova tarifa de 50% entrou em vigor na última quarta-feira (6), e o governo brasileiro promete lançar duas linhas de crédito: uma destinada a exportadores com mercado exclusivo nos EUA e outra para empresas afetadas de forma indireta.

Entre os itens livres da taxação extra estão combustíveis, aviões e veículos, além de cerca de 700 produtos no total. A Embraer foi uma das grandes beneficiadas, já que 45% das vendas de jatos comerciais e 70% dos jatos executivos da empresa têm como destino o mercado norte-americano. A notícia fez as ações da companhia dispararem aproximadamente 10% na bolsa de valores. Produtos estratégicos como ferro, aço, alumínio, cobre e fertilizantes agrícolas também foram poupados da nova alíquota, protegendo segmentos essenciais tanto no Brasil quanto nos EUA.

Apesar da isenção parcial, o impacto negativo na economia brasileira é considerado inevitável, como alertou Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional. Para analistas, a medida de Trump não visou amenizar os danos ao Brasil, mas proteger cadeias produtivas norte-americanas que dependem fortemente de insumos brasileiros. Com as tensões comerciais em alta, o governo Lula enfrenta um cenário complexo, que exigirá habilidade política e estratégica para manter a confiança do empresariado e evitar um abalo mais profundo nas relações bilaterais.
Por: João Bosco










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