TORCEDORA-SÍMBOLO DO CRUZEIRO, VÓ MIRACY, MORRE AOS 106 ANOS
- jbcomunicacoes100
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A torcida do Cruzeiro e o futebol mineiro perderam uma de suas figuras mais emblemáticas nesta quarta-feira (24): faleceu, aos 106 anos, Maria Miracy de Oliveira, carinhosamente conhecida por todos como Vó Miracy. Mais do que uma torcedora, ela era um verdadeiro patrimônio afetivo do clube, uma testemunha viva de décadas de história e a personificação do amor incondicional e alegre pelo time celeste. Sua partida deixa uma saudade imensa nas arquibancadas e um legado de paixão que transcende gerações.

Nascida na cidade de Abre Campo, na Zona da Mata mineira, Vó Miracy adotou Belo Horizonte e o Cruzeiro como sua nova paixão ao se mudar para a capital. Foi com a inauguração do estádio Mineirão, em 1965, que sua presença se tornou um ritual sagrado e um símbolo fiel. A partir daquele momento, ela não apenas acompanhava o time, mas se integrou ao cerimonial do clube, tornando-se ponto de admiração e carinho, sempre cercada pelo respeito de jogadores, dirigentes e imprensa. Seu amor pelo Cruzeiro dividia espaço apenas com o dedicado às suas próprias filhas, criando uma simbologia familiar em torno do clube.

Sua cadeira nas arquibancadas do Estádio Magalhães Pinto era cativa, e nos dias de jogo nenhum outro compromisso se sobrepunha ao ritual de torcer pelo "maior de Minas". Vó Miracy foi testemunha ocular de capítulos gloriosos da história cruzeirense, como a vitória espetacular por 6 a 2 sobre o Santos de Pelé, em 1966, partida que foi decisiva para a conquista da Taça Brasil daquele ano. Sua memória era um arquivo vivo de lances, títulos e emoções, conectando o passado heroico do clube ao presente com a serenidade e a sabedoria de quem viu o futebol se transformar.

O falecimento de Vó Miracy encerra um capítulo singular da história do Cruzeiro, mas seu legado permanece como um farol de identificação para a torcida. Ela representava a essência do torcer com fé, alegria e persistência, qualidades que inspiraram milhares de cruzeirenses. Em um esporte muitas vezes marcado por efemeridades, sua vida centenária e dedicada ao celeste serve como um poderoso lembrete de que os verdadeiros ídolos também podem surgir nas arquibancadas, vestindo não a camisa do jogo, mas o coração na manga.
Por: João Bosco
Foto: Arquivo Pessoal










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