TARIFAÇO DOS EUA EMPURRA AGRO BRASILEIRO PARA CRISE E AMEAÇA 1,5 MILHÃO DE EMPREGOS
- jbcomunicacoes100
- 31 de jul.
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Com exceção de produtos estratégicos como polpa de laranja, combustíveis, minerais, fertilizantes e aeronaves civis, a maioria dos itens exportados pelo Brasil aos Estados Unidos deve sofrer impactos significativos com a imposição de tarifas. Produtos como café, frutas, pescados e, especialmente, carne bovina devem registrar uma queda nos preços no mercado interno nos primeiros meses após o início da taxação. Essa redução, no entanto, tende a ser temporária. No caso da carne, por exemplo, a expectativa é de que os preços voltem a subir assim que os produtores reduzirem o ritmo de abate como forma de conter prejuízos.
A situação se agrava com a pressão exercida pela China — maior compradora da carne brasileira, responsável por 50% das importações — que estaria exigindo uma redução nos preços. Os Estados Unidos, segundo maior mercado importador do nosso produto, respondem por 12% da carne exportada. Com os dois principais mercados dificultando as negociações e reduzindo a margem de lucro, os frigoríficos e a cadeia produtiva da carne enfrentam um cenário crítico. O preço do boi gordo pronto para o abate caiu 7,21% em apenas um mês, o que indica uma tendência preocupante de desvalorização do setor.

A crise comercial deve atingir diretamente os empregos em toda a cadeia produtiva. Estima-se que mais de 1,5 milhão de pessoas poderão perder seus postos de trabalho, atingindo trabalhadores de frigoríficos, produtores rurais e empresas exportadoras intermediárias. Além dos impactos econômicos, a insegurança no setor começa a influenciar na confiança do mercado, com retração nos investimentos e aumento da instabilidade em regiões dependentes do agronegócio.
Apesar do adiamento da entrada em vigor das tarifas — inicialmente previstas para o dia 1º de agosto e agora postergadas para o dia 6 —, empresários alegam que a medida serviu apenas para desovar os produtos já em trânsito marítimo com destino aos EUA. Para eles, a prorrogação foi meramente operacional e não representa uma tentativa concreta de negociação. Sem uma resposta firme do governo brasileiro ou articulações diplomáticas eficazes, os avanços conquistados nos últimos dois anos podem ser anulados, levando o setor agropecuário de volta à estaca zero.
Por: João Bosco










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