Patrimônio sobre Trilhos: Rotunda de 1895 em Ribeirão Vermelho Será Restaurada

A rotunda da cidade de Ribeirão Vermelho, no Sul de Minas, inaugurada em 1895, será finalmente restaurada. Desde sua desativação como atividade principal em 1965, o local funcionou como depósito de locomotivas até ser completamente desativado em 1985. Trata-se de uma bela e imponente construção circular, com 3,3 mil metros, que se tornou um monumento emblemático e chama a atenção de todos os que passam pela cidade de 4 mil habitantes, localizada à beira do Rio Grande. Exposta à degradação ao longo de décadas, a notícia de sua restauração foi anunciada pelo secretário municipal de Esporte, Lazer, Cultura e Turismo, Ícaro Henrique de Andrade Souza.

A rotunda representa um marco da era ferroviária no Brasil, testemunhando o desenvolvimento econômico e social da região no final do século XIX. Sua arquitetura singular, projetada para permitir a manobra e a manutenção de locomotivas a vapor, é um exemplo notável da engenharia da época. Tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG) em 2014, a estrutura carrega consigo memórias do apogeu e do declínio das ferrovias no estado. Sua preservação é fundamental para manter viva a identidade cultural e histórica de Ribeirão Vermelho e do Sul de Minas como um todo.

O projeto de restauração será financiado por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre a Gerdau e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), com investimento de aproximadamente R$ 2,9 milhões. Além desses recursos, há previsão de apoio do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e de uma empresa privada, ainda não definida. A primeira etapa das obras teve início em 15 de setembro e tem previsão de conclusão em 14 meses, incluindo a estabilização da estrutura, a recuperação dos elementos originais e a adaptação de parte do espaço para futuras atividades culturais.

Com a conclusão da restauração, a rotunda deve se tornar um polo de atração turística e um centro de valorização da história local. Espera-se que o espaço abrigue exposições, eventos comunitários e se integre a roteiros de turismo histórico e educativo, gerando novos fluxos de visitantes e oportunidades econômicas para o município. A iniciativa não apenas resgata um patrimônio arquitetônico relevante, mas também fortalece o sentimento de pertencimento da população, reforçando a importância de preservar a memória para as gerações futuras.

Por: João Bosco

Foto: Felipe Pires/2022