GOVERNO ELEVA SERVIDORES EM 24% ENQUANTO SALÁRIO MÍNIMO RECEBE REAJUSTE IRRISÓRIO
- jbcomunicacoes100
- há 3 dias
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O governo oficializou, nesta quarta-feira (24), o valor do novo salário mínimo em R$ 1.621. O reajuste de 6,79%, que passa a vigorar em janeiro de 2026, representando um acréscimo de R$ 103, conforme decreto publicado no Diário Oficial da União.

O montante é considerado irrisório e insignificante, especialmente quando confrontado com a alta acumulada nos preços dos produtos alimentícios ao longo de 2025. Este reajuste, calculado com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de novembro – que variou 4,18% nos últimos 12 meses – estende-se também aos aposentados e pensionistas do INSS, grupo que depende crucialmente desse piso para sua subsistência.

Em contraste gritante, o governo federal demonstra um claro favorecimento ao seu próprio quadro funcional. Enquanto o trabalhador comum recebe um aumento que mal cobre a inflação oficial, os servidores públicos federais foram contemplados com uma política de recomposição salarial muito mais generosa. Concedeu-se um aumento de 9% este ano, parte de um plano que acumula 24% em apenas dois anos – um percentual que multiplica por várias vezes o reajuste do mínimo e supera em larga escala a perda real do poder de compra da população.

Este abismo reacende a crítica fundamental: por que tamanha discriminação? Por que a classe trabalhadora, que sustenta o comércio e as empresas privadas, é submetida a um padrão de reajuste tão distante daquele aplicado aos servidores federais? A política salarial do governo parece operar com dois pesos e duas medidas, priorizando a recomposição de carreiras de Estado em detrimento do cidadão que paga a conta com um salário cada vez mais corroído. Essa desigualdade no tratamento aprofunda a percepção de um Estado distante, mais preocupado em premiar sua própria estrutura do que em garantir condições mínimas de dignidade para a grande massa de contribuintes.

A disparidade não é apenas numérica; é simbólica e social. Ela reforça um sentimento de injustiça e alimenta a sensação de que o governo atua de forma segmentada, protegendo interesses corporativos internos enquanto oferece migalhas à base da pirâmide social. Essa escolha política, em um contexto de orçamento restrito, levanta questionamentos severos sobre as reais prioridades da administração federal e seu compromisso com a redução das desigualdades que tanto prometeu combater.
Por: João Bosco










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