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CRISE NA COP30: EUROPA E NAÇÕES ALIADAS DECLARAM CONFERÊNCIA UM FIASCO E AMEAÇAM RETIRAR INVESTIMENTOS


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A COP30, conferência climática realizada em Belém, no coração da Amazônia, enfrenta seu momento mais crítico após a divulgação da proposta final que omitiu compromissos concretos sobre o fim dos combustíveis fósseis e do desmatamento. A União Europeia manifestou publicamente sua insatisfação, classificando o resultado como um verdadeiro fiasco diplomático. A posição europeia foi reforçada por Monique Barbut, que alertou sobre a possibilidade real de a conferência terminar sem qualquer acordo significativo, um fracasso sem precedentes na história das COPs.

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A declaração de Barbut ecoou o sentimento geral das delegações europeias: "Sim, se for assim, sim. Porque não é possível sair com um texto... Afinal estamos em Belém, no coração da Amazônia, e nem mesmo a palavra desmatamento é usada nesse texto". A observação destacou a ironia histórica de se realizar uma conferência climática crucial na região amazônica sem sequer mencionar o principal vetor de destruição ambiental local, gerando constrangimento internacional para o governo brasileiro.

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A França emergiu como uma das vozes mais críticas, com sua ministra enfatizando: "a França nunca esteve numa posição de não pagar, mas pagar-se por algo". Ela lembrou que a Europa acaba de aprovar uma lei climática ambiciosa que estabelece redução de 90% das emissões até 2040, demonstrando compromisso concreto, mas exigindo reciprocidade global. "Não se trata de aceitar que a Europa seja o único continente a fazer esforços, mas tememos ficar isolados", completou, revelando a frustração com a falta de ambição dos demais países.

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O descontentamento se materializou em uma carta diplomática dura, endereçada a André Corrêa do Lago, presidente da COP30, e obtida pela Folha de S.Paulo. O documento, assinado por Áustria, Reino Unido, Espanha, Holanda, França, Alemanha, Finlândia, Bélgica, Chile, México, Costa Rica, Colômbia e países insulares como Palau e Vanuatu, afirma categoricamente: "Não podemos apoiar um resultado que não inclua um roteiro para implementar uma transição justa, ordenada e equitativa para longe dos combustíveis fósseis".

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Como consequência imediata da crise, a COP30 caminha para se tornar a primeira conferência do clima considerada inútil pelos principais doadores internacionais. Os investimentos bilionários prometidos durante as negociações preliminares agora estão suspensos, e o temor de um colapso nas ambições climáticas globais se espalha entre as delegações. O impasse representa um revés histórico para a diplomacia ambiental brasileira e coloca em risco os frágeis avanços obtidos nas conferências anteriores.

Por: João Bosco

Foto: ONU


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