LULA INDICA JORGE MESSIAS PARA VAGA NO STF EM MEIO A CRISE POLÍTICA COM ALCOLUMBRE
- jbcomunicacoes100
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O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva formalizou a indicação do atual Advogado-Geral da União, Jorge Messias, de 45 anos, para ocupar a vaga deixada pelo Ministro Luiz Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF). Messias, que possui significativa trajetória no serviço público, atuou como consultor jurídico dos Ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia entre 2011 e 2012, além de ter exercido o cargo de subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil.

A escolha, contudo, desconsiderou publicamente a sugestão do Presidente do Congresso, Senador Davi Alcolumbre, que havia indicado o nome do Senador mineiro Rodrigo Pacheco para o cargo. A decisão do Planalto provocou imediata reação no cenário político, evidenciando tensões na base de apoio do governo. Pacheco, por sua vez, reagiu à exclusão do seu nome anunciando o fim de sua vida pública após o término do mandato, enquanto Alcolumbre declarou abertamente que "as cartas estão na mesa", sinalizando um rompimento estratégico.

Em retaliação direta à indicação, o Senador Alcolumbre anunciou que irá pautar uma proposta que impactaria fortemente as finanças públicas, com um custo estimado entre R$ 20 bilhões e R$ 200 bilhões. O texto, que estava pronto para votação no plenário desde 10 de outubro, será agora "desengavetado" como forma de pressão ao governo. A medida representa uma significativa ameaça ao equilíbrio fiscal, com Alcolumbre utilizando seu poder de agenda no Congresso como instrumento de barganha política.

O projeto em questão estabelece regras especiais de aposentadoria para agentes comunitários de saúde, permitindo que homens se aposentem aos 52 anos e mulheres aos 50 anos, após 20 anos de contribuição. A proposta assegura aposentadoria integral e com paridade, um benefício generoso que, se aprovado, criaria um substancial passivo para os cofres públicos. A manobra ilustra como questões previdenciárias podem ser utilizadas como moeda de troca em disputas de poder.

Como consequência imediata da crise, Alcolumbre anunciou o rompimento com o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT), acirrando ainda mais o conflito. O episódio revela os desafios de Lula em gerenciar sua base de apoio no Congresso, onde indicações para o STF, tradicionalmente usadas como instrumento de barganha política, podem desencadear reações capazes de comprometer a agenda econômica e a governabilidade. O desfecho desta disputa deverá definir os rumos da relação entre o Executivo e o Legislativo nos próximos meses.
Por: João Bosco
Foto: Redes Sociais










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