CPMI do INSS recorre à Polícia Legislativa para intimar "Careca", peça-chave de esquema fraudulento
- jbcomunicacoes100
- 5 de set.
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A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS mantém-se na mira incansável de seu principal alvo, Antônio Carlos Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. Diante da falta de retorno dos advogados de defesa, o presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), decidiu acionar a Polícia Legislativa do Senado para realizar a intimação coercitiva do investigado. A medida, considerada extrema, foi adotada após as tentativas de contato direto com a defesa terem sido ignoradas, conforme explicou o parlamentar: "Nós buscamos primeiramente contato com os advogados de defesa para que eles pudessem marcar, inclusive, o dia que viriam. Mas como os advogados também não responderam, a intimação foi enviada por meio policial".

Antunes é apontado pelos investigadores como uma peça fundamental e operacional do suposto esquema fraudulento que desviou bilhões dos cofres do INSS. Segundo o andamento dos trabalhos, ele atuava como o principal facilitador, utilizando uma rede de empresas intermediárias para canalizar ilegalmente os recursos públicos para entidades sob investigação. Sua atuação seria crucial para articular e mascarar as operações que lesionaram o erário, tornando-o uma testemunha-chave para desvendar toda a teia de corrupção.

Além do "Careca", a intimação por via policial também se estende a outro nome de destaque no inquérito: Maurício Camisotti. Investigado por seu suposto envolvimento como sócio de uma das entidades beneficiárias das fraudes, Camisotti é acusado de ter sido um dos receptores finais dos valores desviados. A simultaneidade das intimações reforça a tese dos parlamentares de que ambos operavam em conluio, coordenando ações para burlar a fiscalização e saquear os recursos destinados à previdência social.

Para ampliar o escopo das investigações, a CPMI também agendou os depoimentos de duas ex-autoridades máximas da pasta. Está confirmada a oitiva do ex-ministro Carlos Lupi, que comandava o INSS quando os escândalos inicialmente eclodiram, marcada para segunda-feira (8), às 16h. Na sequência, na quinta-feira (11), será a vez do ex-ministro José Carlos Oliveira, que ocupou o cargo durante o governo de Jair Bolsonaro. A expectativa é que os ex-gestores possam esclarecer as circunstâncias e eventuais falhas de gestão que permitiram a consolidação do esquema delituoso.
Por: João Bosco
Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado
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