CORREIOS ANUNCIAM FECHAMENTO DE MAIS DE MIL AGÊNCIAS E PDV PARA EVITAR ROMBO BILIONÁRIO
- jbcomunicacoes100
- há 20 horas
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Em uma coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (29), o presidente dos Correios, Emmanuel Bodon, anunciou um plano estrutural para reequilibrar as finanças da empresa pública. A medida mais impactante envolve o fechamento de mais de mil agências em todo o país, uma ação considerada essencial para evitar um novo rombo financeiro previsto para 2026. Bodon justificou a decisão pela necessidade urgente de adaptar a operação a um novo panorama econômico e de consumo, no qual a demanda por serviços presenciais tradicionais vem caindo de forma consistente. A reestruturação visa garantir a sustentabilidade da estatal a longo prazo, assegurando a continuidade de serviços essenciais em todo o território nacional.

O presidente detalhou que a principal pressão sobre o orçamento vem das despesas com pessoal, que atualmente consomem 62% dos recursos. Esse percentual, no entanto, pode saltar para 72% ao serem consideradas as obrigações com precatórios judiciais, o que estrangula ainda mais a capacidade de investimento da empresa. Diante desse cenário, os recursos para a recomposição de caixa e para modernização tecnológica ficam severamente limitados, prejudicando a competitividade e a eficiência operacional. Essa distorção entre gastos correntes e investimentos criou um ciclo vicioso que o atual plano busca interromper.

Como pilar central do ajuste, será implementado um novo Plano de Demissão Voluntária (PDV), com expectativa de adesão de até 15 mil funcionários. O programa demandará um investimento inicial de R$ 1,1 bilhão, mas promete gerar uma economia anual de R$ 1,4 bilhão a partir de sua conclusão, com uma redução total de 18% na folha de pagamento. “A primeira vantagem do PDV é que ele é voluntário e a gente não esteriliza a força de trabalho da empresa, não aumenta a judicialização; há um acordo que nasce e se resolve por si”, explicou Bodon. “Outra coisa é que a gente consegue programar o PDV dentro da dinâmica de necessidade da empresa”, completou, enfatizando a flexibilidade e o caráter consensual da medida, que busca minimizar impactos sociais e trabalhistas.

Olhando para o futuro, o plano estratégico traça uma meta de redução cumulativa de despesas da ordem de R$ 5 bilhões até 2028. A combinação entre o enxugamento da rede física, a otimização da folha de pagamentos por meio do PDV e a racionalização de outros custos operacionais deve reverter o quadro de fragilidade financeira. A expectativa da administração é que, superado esse período crítico de reestruturação, os Correios possam emergir como uma empresa mais enxuta, digitalizada e financeiramente saudável, capaz de cumprir seu papel de universalização dos serviços postais no século XXI.
Por: João Bosco










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