BRICS DEVE SE DILUIR AO LONGO DOS TEMPOS

Sem rumo definido e com objetivos cada vez mais difusos, o BRICS — bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — enfrenta um momento delicado, marcado por desfalques importantes e falta de coesão estratégica. O mais recente encontro, realizado no Brasil, já demonstra os sinais de enfraquecimento da aliança, com a ausência de lideranças de peso, como as da China e da Rússia, dois dos principais pilares do grupo desde sua fundação.

A ausência dessas potências no evento brasileiro foi interpretada por analistas como um indicativo de que o bloco perde espaço na geopolítica internacional. A tentativa de alguns membros, como o Brasil, de manter uma postura equilibrada e evitar atritos com os Estados Unidos e seus aliados, tem sido vista como um fator que limita a eficácia do BRICS como contraponto ao Ocidente. Essa neutralidade pragmática, embora compreensível do ponto de vista diplomático, esvazia a narrativa de união e resistência que outrora impulsionava o grupo.

A falta de um plano comum, a dificuldade em alinhar interesses econômicos e geopolíticos e o crescimento de alianças alternativas, como o G20 e novos blocos regionais, contribuem para a diluição progressiva do BRICS. Se não houver uma redefinição clara de objetivos e compromissos entre os países-membros, o grupo corre o risco de se tornar irrelevante no cenário global, sobrevivendo apenas como um fórum simbólico sem impacto real nas decisões internacionais.

Por: João Bosco