Anacronismo em Campo: As Críticas Ultrapassadas de Leão e Oswaldo de Oliveira
- jbcomunicacoes100
- há 1 hora
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No 2º Fórum de Treinadores de Futebol, realizado na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), as declarações dos ex-técnicos Leão e Oswaldo de Oliveira sobre a "invasão" de técnicos estrangeiros no Brasil representam um pensamento anacrônico e prejudicial ao desenvolvimento do futebol nacional. Mais do que uma defesa dos profissionais locais, suas colocações revelam uma desconexão perigosa com a realidade global do esporte. Enquanto o futebol mundial avança em metodologias, conceitos táticos e gestão de elencos, figuras do passado insistem em um discurso xenófobo que apenas contribui para o atraso técnico que vive o futebol brasileiro.

É particularmente contraditório que Leão e Oswaldo de Oliveira ignorem casos evidentes de sucesso como o do português Abel Ferreira no Palmeiras. Em apenas cinco anos, o técnico europeu conquistou dez títulos de expressão, incluindo Libertadores e Campeonato Brasileiro, demonstrando não apenas competência técnica, mas também uma capacidade de gestão moderna que tem faltado aos técnicos brasileiros. A obsessão em criticar estrangeiros parece mascarar a incapacidade de admitir que o modelo de formação de treinadores no Brasil está defasado, preso a conceitos ultrapassados e a uma formação tecnicamente pobre.

A passagem de Dorival Júnior pela Seleção Brasileira, antes da chegada de Carlo Ancelotti, apenas comprova a tese da estagnação dos técnicos nacionais. Apesar de sua experiência e de ser considerado um dos melhores em atividade no país, seu trabalho na Amarelinha ficou muito aquém do necessário para recolocar o Brasil no topo do futebol mundial. Este episódio serve como alerta: não basta ser o "melhor entre nós" quando o parâmetro de excelência se tornou global. A resistência em aprender com metodologias estrangeiras é um dos principais fatores do nosso atraso técnico.

O argumento de que os clubes brasileiros contratam estrangeiros por "modismo" ou "complexo de vira-lata" não se sustenta diante dos resultados. A realidade é que os dirigentes optam por profissionais que oferecem metodologias modernas, preparo físico científico e abordagem tática atualizada - elementos que raramente encontram em técnicos formados no conservadorismo das categorias de base brasileiras. Leão e Oswaldo, em vez de criticarem a contratação de estrangeiros, deveriam questionar por que nossa formação não produz profissionais capazes de competir em igualdade de condições.

Em um momento onde o futebol brasileiro clama por renovação, as declarações de Leão e Oswaldo de Oliveira representam tudo o que precisa ser superado: o saudosismo infrutífero, a resistência ao novo e a incapacidade de autocrítica. Para voltarem a comandar times atualmente, ambos precisariam passar por um processo completo de reciclagem, abandonando conceitos ultrapassados e assimilando as modernas ferramentas que fazem dos técnicos estrangeiros referências no futebol atual. O caminho não é fechar as portas ao conhecimento externo, mas sim absorvê-lo para, quem sabe um dia, voltarmos a exportar mentes brilhantes em vez de apenas talentos individuais.
Por: João Bosco










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