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UM EVENTO HISTÓRICO: SENADO PODE REJEITAR INDICAÇÃO AO STF PELA PRIMEIRA VEZ EM 130 ANOS

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Caso Jorge Messias não seja aprovado na sabatina para ingressar no Supremo Tribunal Federal, marcada para 10 de dezembro, esta será a primeira vez em 130 anos que um nome indicado pelo Presidente da República ao STF seja rejeitado pelo Senado Federal.

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O presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre, ligou para 60 senadores para externar sua indignação contra o nome indicado pelo Presidente. A sua preferência para a indicação seria o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que, no entanto, anunciou o fim da vida pública ao final de seu mandato. Não satisfeito com a forma como tudo aconteceu, inclusive com a falta de comunicação do governo para com ele, Alcolumbre cortou relações com o Planalto e com o representante de Lula no Senado, Jaques Wagner.

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Em um movimento estratégico, Alcolumbre nomeou o senador Weverton Rocha (PDT-MA) como relator do processo. Rocha é aliado de Flávio Dino, que, por sua vez, não mantém relações próximas com Jorge Messias, sinalizando uma postura técnica, porém potencialmente desfavorável ao indicado.

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Diante desse cenário de atritos políticos, é muito provável que o Brasil assista à recusa do Senado à indicação de um nome para a Suprema Corte feita pelo Presidente da República. A rejeição, portanto, não se resume a uma mera avaliação de currículo, mas representa o ápice de uma grave crise institucional entre o Executivo e o Legislativo.

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A recusa histórica de um nome ao STF abalaria os alicerces do presidencialismo de coalizão, modelo no qual o Chefe do Executivo negocia apoio no Congresso em troca de cargos e espaço na agenda governista. A quebra desse pacto tácito pode paralisar projetos vitais para o governo, como as reformas tributária e administrativa, que dependem de uma base aliada coesa para serem aprovadas.

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Além do impacto na governabilidade, uma eventual derrota mancharia o legado político do Presidente Lula, projetando uma imagem de fragilidade em um de seus poderes mais tradicionais: a nomeação para o Supremo. A incapacidade de garantir a aprovação de seu indicado seria interpretada como uma significativa perda de influência sobre seus aliados e um fortalecimento inédito do Senado em matéria de composição do Judiciário.

Para o futuro do STF, a rejeição estabeleceria um precedente perigoso, politizando ainda mais o processo de escolha de ministros. O crivo do Senado poderia se tornar um campo de batalha partidária rotineira, onde méritos jurídicos seriam suplantados por acordos e retaliações políticas, ameaçando a independência e a percepção de neutralidade da Corte perante a sociedade.

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Por fim, o episódio deixa uma lição clara sobre a importância da comunicação e da diplomacia política. A falha em construir pontes com uma figura central como o presidente do Congresso mostrou-se um erro tático custoso. Independentemente do desfecho, a crise já forçará uma reavaliação das estratégias de relacionamento do governo, provando que, na política, tão crucial quanto escolher o nome certo é garantir o terreno necessário para sua chegada. Por: João Bosco

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