Ironia e Cinismo: Maduro Convoca Brasileiros a Defender Seu Regime
- jbcomunicacoes100
- 5 de dez.
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Nicolás Maduro, sabendo que seus dias estão contados, resolveu tentar envolver o povo brasileiro em sua defesa pessoal, não na defesa da Venezuela. A tensão contra Donald Trump deixa Maduro cada vez mais temeroso do poderio norte-americano e de um destino fatal. Vendo que suas chances são irrisórias contra o exército americano, resolveu apelar na televisão venezuelana, pedindo que os brasileiros saiam às ruas para defender a soberania venezuelana. Mal sabe ele que o povo brasileiro deseja vê-lo na cadeia e longe do poder. Pedir socorro aos brasileiros soa como uma ironia, um sarcasmo, uma hipocrisia e um cinismo, tudo ao mesmo tempo. “Povo do Brasil, às ruas para apoiar a Venezuela em sua luta pela paz e pela soberania. Eu falo para vocês toda a verdade: temos direito à paz com soberania. Que viva o Brasil”, discursou Nicolás Maduro. Há fatos que nos surpreendem, mas nenhum com uma cara de pau tão monumental quanto este!

O apelo desesperado, no entanto, ignora por completo a história recente. Durante anos, o regime chavista tratou o Brasil e sucessivos governos com desdém, desrespeitando acordos regionais e minimizando a importância do maior país da América do Sul. Agora, na hora do aperto, Maduro busca um aliado que sua própria política externa ajudou a afastar. Essa mudança súbita de postura não passa de uma manobra calculista, típica de um regime acuado que esgotou suas opções domésticas e internacionais.

A reação do povo brasileiro, como previsto, foi de repúdio e incredulidade. Nas redes sociais e nos círculos políticos, o discurso foi visto como um ato de pura manipulação. Cidadãos lembraram a crise humanitária que obrigou milhares de venezuelanos a buscarem refúgio no Brasil, fugindo justamente da miséria e da opressão do regime que agora clama por solidariedade. A dor dos refugiados é um testemunho vivo que desmonta a retórica oficial de Caracas.

O pedido também revela a profunda desconexão do líder venezuelano com a realidade regional. Enquanto ele invoca uma suposta "luta pela paz", países vizinhos testemunham há anos a escalada da violência, da insegurança alimentar e do colapso dos serviços básicos na Venezuela. A soberania que ele invoca soa oca para uma população que perdeu seu direito mais básico: o de viver com dignidade. Sua narrativa não encontra eco porque a factualidade a desmente de forma cruel e contundente.

Por fim, o episódio serve como um símbolo do estágio terminal de um regime. Quando um governante, em desespero, recorre ao apelo direto ao povo de uma nação soberana para salvá-lo, é porque reconhece, mesmo que implicitamente, que perdeu completamente o apoio do seu próprio povo. A tentativa de Maduro não será lembrada como um chamado à solidariedade, mas como um ato patético de um poder que já não se sustenta sobre suas próprias pernas, tentando se agarrar a uma tábua de salvação imaginária e inexistente.
Por: João Bosco










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