top of page

França, Polônia e Itália barram acordo histórico com Mercosul em nova derrota diplomática

ree

O acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia sofreu mais um revés significativo, com a suspensão formal de sua assinatura, prevista para este sábado (20) durante a Cúpula do Mercosul em Foz do Iguaçu. A decisão, que representa uma nova derrota diplomática para o governo brasileiro, foi motivada pela oposição declarada de países-chave do bloco europeu. França, Itália e Polônia posicionaram-se contra a ratificação, ignorando os esforços de negociação do Mercosul e adiando indefinidamente um tratado que estava em discussão há mais de duas décadas.

ree

A resistência francesa foi explicitamente reafirmada pelo presidente Emmanuel Macron na manhã desta quinta-feira (18). Ele declarou que a França não apoiará o acordo sem garantias suficientes para proteger os agricultores locais da concorrência sul-americana, um ponto sensível que há anos trava as negociações. A posição francesa é reforçada por preocupações com padrões ambientais e sanitários, frequentemente utilizados como barreiras não tarifárias no debate europeu.

ree

A oposição ganhou força decisiva com o alinhamento da Itália, sob o governo da primeira-ministra Giorgia Meloni. Em discurso no parlamento italiano na quarta-feira (17), Meloni afirmou que seria prematuro para a UE assinar o pacto, argumentando a falta de garantias adequadas de reciprocidade para o setor agrícola europeu. Juntando-se à Polônia, esses três países representam mais de 35% da população da União Europeia, uma fatia demográfica suficiente, nas regras de votação do bloco, para impedir a aprovação final do tratado, mesmo com a pressão favorável de potências como Alemanha e Espanha.

ree

O impasse técnico é claro: para ser aprovado, o acordo precisa do aval de pelo menos 55% dos países-membros (15 dos 27) que representem, coletivamente, 65% da população do continente. A formação de um bloco contrário com peso populacional elevado, como o atual, torna matematicamente inviável a ratificação no momento. O episódio evidencia as profundas divisões internas na UE sobre política comercial e protecionismo, ao mesmo tempo em que frustra as expectativas econômicas do Mercosul, que via no acordo uma oportunidade histórica de ampliar seu acesso ao mercado europeu.

Por: João Bosco

Comentários


bottom of page