DESFILE DE 7 DE SETEMBRO EM BRASÍLIA É MARCADO PELA FALTA DE PÚBLICO

O desfile de 7 de setembro em Brasília foi motivo de chacota e crítica mais uma vez. Assim como em anos anteriores, a presença de público foi irrisória ou pouco expressiva, mostrando a insatisfação de parcela do povo brasileiro com a política atual. Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) não compareceram, alegando a necessidade de preparação para o julgamento de Jair Bolsonaro, marcado para esta terça-feira (9). Já os ministros do governo estiveram presentes, mas sentiram a falta de prestígio e o clima de frieza por parte dos espectadores.

O evento, que tradicionalmente deveria ser um momento de celebração cívica e união nacional, transformou-se em um espelho das profundas divisões que permeiam o cenário político brasileiro. A baixa adesão popular e o tom de descontentamento que pairou sobre a Esplanada dos Ministérios reforçam a percepção de um distanciamento entre a população e as instituições. Esse cenário vai além de uma mera controvérsia pontual, configurando-se como um sintoma de uma crise de representatividade e confiança que se arrasta há anos.

A ausência dos ministros do STF, em particular, foi amplamente notada e interpretada sob diversos vieses. Para alguns, a justificativa do julgamento iminente soou como um pretexto conveniente para evitar um evento desgastante e potencialmente constrangedor. Para outros, foi uma demonstração de prioridade aos deveres institucionais da Corte. Independente da interpretação, o fato alimentou a narrativa de um Judiciário cada vez mais central na arena política, muitas vezes contra sua própria vontade.

Por fim, a imagem dos ministros de Estado presentes, assistindo a um desfile minguado e sem a calorosa receptividade esperada, simboliza o desafio central do governo: reconquistar o entusiasmo e o apoio popular. O silêncio das arquibancadas, neste caso, falou mais alto que qualquer discurso oficial, servindo como um termômetro claro do humor da nação e um presságio dos desafios políticos que ainda estão por vir.

Por: João Bosco

Foto: Ricardo Stukert/Presidência da República