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CENTRÃO DÁ RECADO - "REJEIÇÃO AO IOF PODE SELAR DESTINO DE LULA EM 2026"

Ao derrubar o decreto do IOF, o Congresso Nacional deu um sinal claro de afastamento do governo Lula. Trata-se da maior derrota política enfrentada pelo presidente em todos os seus mandatos, marcando uma ruptura significativa entre os poderes Executivo e Legislativo. É também um marco histórico: desde 1992, nenhum decreto presidencial havia sido revogado pelo Congresso, o que evidencia a gravidade do momento e a insatisfação crescente dentro do Parlamento.


A possibilidade de o governo recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para reverter a decisão pode agravar ainda mais a crise. Embora juridicamente viável, essa medida pode ser interpretada como um desrespeito à vontade do Legislativo, inflamando ainda mais os ânimos dos parlamentares. O risco de retaliação política aumenta, abrindo espaço para uma oposição mais organizada e combativa, com potencial de minar ainda mais a governabilidade e o capital político de Lula.


Por outro lado, a decisão do Congresso foi também um reflexo direto da pressão popular. O desgaste com a alta carga tributária é um sentimento disseminado entre os brasileiros, e a reação contrária ao IOF foi uma forma de os parlamentares atenderem à voz das ruas. Para muitos analistas, a rejeição do decreto não é apenas um voto contra um imposto, mas um recado direto ao governo, especialmente ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O Centrão, que sempre atuou de forma pragmática, pode estar sinalizando sua saída gradual da base aliada.


Essa derrota, além de profunda, simboliza a perda de controle político do Planalto sobre sua base no Congresso. A narrativa de desorganização e desconexão com o país começa a ganhar força — e, em muitos aspectos, remete ao início da crise que levou ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Embora ainda distante de um cenário semelhante, a fragilidade do governo atual pode comprometer seriamente seus planos para 2026. A menos que haja uma virada estratégica na articulação política, o caminho até a próxima eleição presidencial será repleto de obstáculos.

Por: João Bosco

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