MINISTRA GLEISI HOFFMANN ADOTA TOM DE AMEAÇA AO DEFENDER PACOTE FISCAL
- jbcomunicacoes100
- 16 de jun.
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“Bate aqui, bate lá”, declarou a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, em entrevista ao jornal Valor Econômico, em um tom que beirou a ameaça direta aos parlamentares contrários ao novo pacote fiscal proposto pelo governo. A fala, carregada de tensão política, foi uma tentativa clara de pressionar o Congresso Nacional a aprovar a proposta sob a justificativa de evitar um colapso orçamentário.
Durante a entrevista, a ministra adotou uma postura pragmática, mas não escondeu a natureza coercitiva do discurso. Gleisi argumentou que, sem a aprovação do pacote fiscal, o Executivo será obrigado a aumentar o contingenciamento de verbas, o que afetaria diretamente as emendas parlamentares — instrumento essencial para muitos deputados e senadores em suas bases eleitorais. "É muito importante para que a gente tenha espaço fiscal, no Orçamento, inclusive, para que possamos descontingenciar o Orçamento, tanto para o Executivo como para o Legislativo", afirmou. A mensagem implícita foi clara: se o Congresso não colaborar, todos pagarão a conta.
A postura da ministra evidencia uma estratégia de governo que parece flertar mais com a chantagem política do que com o diálogo republicano. Ao condicionar a manutenção de emendas parlamentares à aprovação do pacote fiscal, Gleisi transforma a pauta econômica em uma moeda de troca, subordinando o interesse nacional à barganha política. Em vez de buscar consenso, ela eleva o tom e cria um ambiente de confronto, onde a governabilidade se confunde com imposição. A retórica usada deixa transparecer que, para o governo, o ajuste fiscal só interessa enquanto for um instrumento de controle político — o país, neste cenário, corre o risco de ficar em segundo plano.
Por: João Bosco
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