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Megaoperação no Rio: Identificação de Corpos Revela Perfil e Alcance Nacional do Crime

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Dois dias após o encerramento da megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, a Polícia Civil do estado iniciou o processo de identificação das vítimas. Dos 117 indivíduos mortos durante os confrontos, 99 já tiveram suas identidades confirmadas. Um dado que chama a atenção no perfil dos identificados é que 42% possuíam um intenso histórico criminal, com passagens por crimes graves como homicídio e tráfico de drogas, indicando que a ação policial teria atingido um contingente significativo de criminosos já conhecidos pelo sistema de segurança pública.

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A análise dos documentos revela ainda um aspecto crucial sobre a dinâmica do crime organizado na região: a forte conexão interestadual. A maioria dos indivíduos identificados era originária de outros estados brasileiros, com destaque para o Pará (13), Amazonas (7), Bahia (6), Ceará (4) e Espírito Santo (3), além de registros no Mato Grosso e na Paraíba. Esse mosaico geográfico evidencia que os complexos cariocas funcionavam como um ponto de convergência para criminosos de diversas partes do país.

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Entre os mortos, figuram nomes de alta periculosidade no cenário criminoso nacional, confirmando a tese de que a operação visou lideranças e quadros especializados. Foram identificados chefes do tráfico com atuação em seus estados de origem, como DG e FB, da Bahia; "Mazola", de Feira de Santana (BA); "Chico Rato" e "Gringo", de Manaus (AM); "Russo", de Vitória (ES); e "Fernando Henrique dos Santos" e "Rodinha", de Goiás. A presença dessas figuras corrobora a declaração do secretário Curi, que afirmou: "A investigação e as informações de inteligência mostram que lá nos complexos da Penha e do Alemão são onde são feitos treinamentos de tiros, para os marginais serem formados aqui e voltarem aos seus estados de origem para disseminar a cultura da facção".

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O sucesso em debelar a ameaça criminosa, no entanto, teve um custo humano elevado para as forças de segurança. Além dos 117 suspeitos mortos, a operação resultou na morte de quatro agentes: dois policiais civis e dois militares, que foram enterrados ao longo da quarta e quinta-feira. Essas baixas destacam o nível de confronto e os riscos extremos enfrentados pelos profissionais no front da segurança pública, lançando um manto de luto sobre a aparente vitória operacional.

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Em coletiva de imprensa realizada nesta manhã, o governador Cláudio Castro reafirmou o propósito das ações. "Nosso trabalho é livrar a sociedade do tráfico, da milícia, de todo aquele que prejudica o nosso direito de ir e vir. Nós continuaremos trabalhando com técnica e respeito à lei, para que a gente possa estar devolvendo o direito de ir e vir", afirmou Castro. A fala busca equilibrar a narrativa da operação, enfatizando o compromisso com a lei e a técnica em meio ao saldo trágico, enquanto sinaliza que iniciativas de grande porte contra o crime organizado devem permanecer como uma estratégia de estado.


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