ISOLAMENTO POLÍTICO PODE FAZER LULA DESISTIR DE ENFRENTAR CONGRESSO POR IOF NO STF
- jbcomunicacoes100
- 30 de jun.
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O governo federal estuda acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para contestar a derrubada do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), aprovada recentemente pelo Congresso Nacional. A medida, vista como uma derrota política significativa, gerou preocupação entre integrantes do Executivo, que temem represálias nas próximas votações. Órgãos vinculados ao governo, como a Advocacia-Geral da União (AGU), demonstraram receio de que um embate direto com o Congresso resulte em um ambiente ainda mais hostil entre os poderes.
Segundo o advogado-geral da União, Jorge Messias, a iniciativa do PSOL de antecipar uma ação direta de inconstitucionalidade deixou a AGU em alerta. A avaliação interna é de que o risco político de judicializar a questão é alto, especialmente em um cenário pré-eleitoral. Para Messias, abrir um novo front no STF contra uma decisão do Congresso, neste momento, poderia representar um movimento politicamente suicida, com consequências graves para a governabilidade.
Em um contexto que antecede as eleições presidenciais de 2026, o governo teme que um eventual confronto institucional com o Congresso leve ao isolamento político. A base aliada já dá sinais de fragilidade, e novas tensões podem afastar apoios estratégicos. Enfrentar um Legislativo mais articulado e dominante — que tem, de fato, pautado boa parte das decisões políticas no país — pode agravar a dificuldade de aprovação de projetos e comprometer o equilíbrio entre os poderes.
Diante desse cenário, parte do governo avalia que seria mais prudente aceitar a derrota na questão do IOF e buscar caminhos alternativos para manter a arrecadação e o apoio político. A recomendação entre ministros e assessores próximos ao Planalto é de adotar uma postura mais conciliadora com o Congresso, priorizando o diálogo e apresentando propostas que conciliem os interesses do Executivo, do Legislativo e da população. A estratégia, embora menos combativa, visa preservar a governabilidade e evitar um cenário de crise institucional às vésperas de um novo ciclo eleitoral.
Por: João Bosco
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