GOVERNO SOFRE DERROTA EXPRESSIVA EM VOTAÇÃO SOBRE O IOF NA CÂMARA

A derrota teve tom de alerta. Com 346 votos favoráveis e 97 contrários, a Câmara dos Deputados aprovou a urgência para derrubar o decreto que previa o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A reação do governo foi imediata: a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann (PT), concedeu uma entrevista em tom de ameaça, demonstrando insatisfação com a decisão do Parlamento. O deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) também criticou duramente a movimentação da Câmara, classificando-a como um ataque à estabilidade fiscal do país.

A votação surpreendeu até os mais experientes analistas políticos por um motivo claro: parte significativa da base governista votou contra o próprio Executivo. A insatisfação com a medida do IOF teria mobilizado parlamentares de diversos partidos, incluindo siglas do centrão, que enxergaram no aumento do imposto um desgaste desnecessário junto à opinião pública e ao setor produtivo. O resultado escancarou a dificuldade do governo em manter sua base unida em pautas consideradas impopulares.

Essa nova derrota legislativa é mais um capítulo na crescente tensão entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional. O episódio fortalece a oposição, que já articula novas ofensivas contra medidas do Executivo. Ao mesmo tempo, o revés expõe a fragilidade na articulação política do governo, levantando dúvidas sobre sua capacidade de liderança em votações decisivas e acirrando o clima de instabilidade que começa a rondar o cenário político nacional.

Por: João Bosco