EXECUTIVO E LEGISLATIVO CAMINHAM PARA UM DIVÓRCIO POLÍTICO INSTITUCIONAL
- jbcomunicacoes100
- 2 de jul.
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A relação entre os Poderes Executivo e Legislativo tem se deteriorado de forma acelerada, aproximando-se de um verdadeiro divórcio litigioso institucional. O governo federal vem perdendo espaço até mesmo dentro de sua base aliada no Congresso Nacional, enquanto a oposição, liderada por nomes influentes e respaldada por movimentos populares, vem ganhando força com os olhos voltados para as eleições de 2026. A instabilidade política é crescente e reflete diretamente no andamento de pautas importantes para o país.
O risco de crise institucional aumenta ainda mais com a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal (STF) declarar a inconstitucionalidade de um decreto legislativo, o que poderia acirrar os ânimos entre os Três Poderes. Caso isso ocorra, o maior prejudicado tende a ser o próprio Executivo, já que diversas matérias aguardam aprovação no Congresso, incluindo a polêmica CPMI do INSS, que poderá ter como relator o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), um dos parlamentares mais críticos à atual administração federal.
Para muitos analistas políticos, a manutenção do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem sido um ponto de atrito contínuo. Diversos parlamentares veem sua condução econômica como equivocada e defendem que sua substituição seria um gesto de boa vontade por parte do governo para restabelecer a confiança e o diálogo com o Legislativo. O presidente da Câmara, Hugo Motta, resumiu o clima ao afirmar que "quem alimenta o nós contra eles, acaba governando contra todos", acrescentando ainda que “há um esforço deliberado do governo para criar uma polarização social que já não cabe mais no atual cenário político".
A tensão também se reflete na formação de uma coalizão composta por 17 frentes parlamentares, que emitiram nota conjunta criticando a postura do governo. Para eles, a atuação do Executivo visa “abalar a harmonia entre os Poderes e atentar contra a soberania do Parlamento”. O senador Jorge Seif (PL-SC) também subiu o tom: “É um governo que só sabe gastar. Após levar um sonoro 'não' do Congresso Nacional quanto ao aumento de impostos, corre ao STF como quem não respeita a democracia representativa". O impasse deixa clara a necessidade urgente de reconstrução de pontes institucionais, sob o risco de paralisia administrativa e instabilidade institucional prolongada.
Por: João Bosco
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