Endividamento no Brasil: Uma Bomba Relógio para a Saúde Mental, Aponta Serasa
- jbcomunicacoes100
- 28 de set.
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Uma pesquisa realizada pelo Serasa revela resultados surpreendentes sobre a saúde financeira do brasileiro. Contudo, ainda mais impactantes são os profundos reflexos que os problemas monetários causam no bem-estar psicológico e social dos indivíduos. O estudo traça um panorama alarmante, demonstrando que a instabilidade econômica não é apenas uma questão de números, mas um fardo que compromete a qualidade de vida de milhões de pessoas, afetando desde o sono até as relações interpessoais.

De acordo com os dados, uma esmagadora maioria de 84% dos brasileiros atribui seus problemas de saúde mental às dificuldades financeiras. Esse cenário se materializa em sintomas concretos: 70% dos entrevistados relatam sofrer de insônia devido às dívidas, enquanto 65% admitem evitar falar sobre suas dificuldades, criando um ciclo de isolamento e ansiedade. Agravando essa situação, 49% das pessoas já não procuram mais ajuda profissional, como terapia, justamente por falta de recursos, tornando o acesso ao tratamento um luxo inalcançável para quem mais precisa.

Para além dos danos à saúde, os devedores enfrentam obstáculos estruturais para sair do endividamento. Um dos principais desafios apontados é a complexidade da negociação na esfera jurídica. Nesse contexto, os juros continuam a se acumular de forma acelerada, fazendo com que a dívida inicial assuma, em muitos casos, um volume impagável, tornando-se um problema aparentemente insolúvel. Essa barreira técnica e financeira gera um sentimento de impotência, fechando o cerco para quem busca uma solução.

Em última análise, a incapacidade do sistema em oferecer saídas reais tem um custo social altíssimo, que é externalizado para o sistema de saúde e para a própria sociedade, que convive com a produtividade reduzida e o sofrimento de milhões de cidadãos. A omissão do Judiciário em se modernizar e criar soluções efetivas para essa crise o torna corresponsável pelos índices de insônia, isolamento e adoecimento mental. Enquanto a Justiça não se reconhecer como parte fundamental da solução, ela continuará sendo, na prática, um dos pilares de sustentação do problema.

Em síntese, os principais pontos detectados pela pesquisa convergem para uma crise multidimensional. O impacto direto na saúde mental se manifesta como a consequência mais imediata, exacerbado pela dificuldade em buscar ajuda e pelos distúrbios do sono. No entanto, o dado mais cruel talvez seja o de que 65% dos entrevistados afirmam viver em isolamento social devido às dívidas. Esse fenômeno evidencia que o endividamento não é apenas uma condição econômica, mas uma experiência profundamente solitária e estigmatizante, que exige uma abordagem que vá além de soluções puramente financeiras.
Por: João Bosco
Dados: Pesquisa Serasa










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