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Encontro entre Lula e Trump na Malásia Coloca Relações Comerciais em Foco

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Em um encontro de significativa importância geopolítica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente norte-americano Donald Trump estão reunidos na manhã domingo na Malásia. A agenda dos representantes dos Estados Unidos revela uma intenção clara e estritamente comercial, motivada pelo reconhecimento do potencial económico brasileiro. O objetivo estratégico central parece ser o de afastar o Brasil da esfera de influência chinesa, buscando reposicionar as alianças globais. Esta missão é particularmente ambiciosa considerando que a China se consolidou como o maior parceiro comercial do Brasil, e os Estados Unidos almejam reverter essa hierarquia, oferecendo-se como uma alternativa preferencial.

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O cenário para este encontro foi sendo preparado previamente, como demonstrado pelos desdobramentos de sábado (25), em Doha, no Catar. Na ocasião, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, dirigiu-se publicamente ao sistema de justiça brasileiro, que tem adotado uma postura firme contra as grandes empresas de tecnologia americanas, as chamadas big techs. Rubio deixou claro que um dos propósitos do diálogo entre Trump e Lula seria tentar convencer o Brasil a estabelecer uma relação preferencial com os Estados Unidos, em detrimento da China, sugerindo que cooperação económica e alinhamentos regulatórios estão intrinsecamente ligados.

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O auxiliar de Trump foi ainda mais específico e enfático em suas declarações, citando nominalmente alguns juízes do Supremo Tribunal Federal (STF) que, segundo a sua perspectiva, têm tratado as empresas digitais americanas com um rigor diferenciado, atuando de forma a prejudicar o funcionamento das redes sociais no país. Esta crítica direta à justiça brasileira evidencia a profundidade do desacordo regulatório entre as nações e coloca a governança da internet como um ponto central e potencialmente espinhoso nas negociações comerciais mais amplas.

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A despeito das tensões abertas sobre o tema das big techs, Marco Rubio qualificou a conversa preliminar com o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, como "muito positiva". Esta avaliação otimista indica que, apesar das divergências, ambos os lados estão dispostos ao diálogo. O resultado deste alinhamento entre Lula e Trump poderá redefinir os fluxos comerciais globais e testar a capacidade do Brasil de negociar de forma independente no complexo tabuleiro das relações internacionais, onde interesses económicos e soberania regulatória estão em constante jogo.

Por: João Bosco

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