EMPRESÁRIOS PRESOS EM VARGINHA POR SUSPEITAS DE FRAUDE EM CONTRATOS PASSAM PRIMEIRA NOITE NA CADEIA
Os três empresários Monique Aline Carvalho Bueno, Ederson Bueno Felix e Leonardo Martins Pereira foram presos por suspeitas de crimes contra a administração pública. Os empresários forneciam luvas, testes de covid-19 e máscaras cirúrgicas, mas segundo o Ministério Público de Minas Gerais, não entregavam o que vendiam, causando muito transtorno as administrações municipais. Na abordagem dos empresários, foram apreendidos carros de luxo, jóias, jet skis e vários outros objetos que farão parte das investigações do MPMG e Polícia Civil.

A prisão dos três é preventiva, até que se consiga desvendar corretamente os fatos detalhadamente.
Segundo o promotor do Gaeco, Eduardo de Paula Machado, os empresários vendiam materiais de baixa em desabono com aquilo que era demandado pelos municípios e pelos estados. Exemplo: "o município solicitava a compra do respirador padrão N-95, que é um padrão norte americano. Eram fornecidos o padrão PFF2 que é um padrão brasileiro de uso industrial, além disso, muitas vezes, de baixa qualidade, onde eles conseguiam fornecer abaixo dos preços aos municípios. E sem prejuízo desta forma de fraude ao poder público, apuramos a prática de corrupção, ou seja, o oferecimento de vantagem indevida a agentes públicas para que fossem contratados".
Segundo o coordenador do Gaeco, Igor Serrano Silva, "os empresários se valiam da premente necessidade das licitações públicas causadas pela pandemia da covid-19, sabiam que as administrações precisavam destes bens e sabiam que, ainda que fornecessem bens em desacordo com o que estava sendo comprado, muitas prefeituras aceitariam, porque precisavam daquilo para distribuir entre os seus médicos, enfermeiros e mesmo entre a população".
Para o Ministério Público, o que chamou a atenção foi a mudança de atividade no contrato social da empresa, sendo o primeiro indicativo.
A mudança de atividade é permitida pela receita federal, até aí, não há nada de errado, pois eles se valeram de medidas cabíveis através de um escritório de contabilidade reformulando suas atividades comerciais. A devolução dos materiais pela prefeitura de Lavras, foi a gota d'água para se chegar a negociações fraudulentas, segundo Eduardo de Paula Machado, promotor do Gaeco.