Há 50 anos inaugurava-se a estátua do Padre Cícero em Juazeiro do Norte

O conhecido dos nordestinos Cícero Romão Batista (Padim Cíço) nasceu em Crato, no interior do Ceará. Ingressou no Seminário da Prainha em Fortaleza no ano de 1865. Como seminarista, ele já arrebatava multidões com os seus sermões, mas não era um aluno exemplar em notas. Foi ordenado padre em 1870, e após sua ordenação retornou a sua cidade natal (Crato). Como ainda não tinha uma paróquia para administrar, começou a ensinar latim no Colégio Padre Ibiapina. Sua ida a Juazeiro do Norte foi a convite do professor Simeão Correia de Macedo onde celebrou a missa do galo.
Onze meses depois, o Padim Ciço estava de volta a Juazeiro do Norte, agora de mala e cuia. Alguns livros afirmam que Padre Cícero resolveu ir para Juazeiro do Norte, após uma visão que teve no passado.
Padim Ciço desenvolveu intenso trabalho pastoral com pregação, conselhos e visitas domiciliares na cidade. Dessa maneira, ganhou a simpatia do povo, passando a exercer uma grande liderança junto à comunidade.
Durante uma missa celebrada pelo padre Cícero, a hóstia ministrada pelo sacerdote à religiosa Maria de Araújo se transformou em sangue na boca da religiosa. Segundo relatos, tal fenômeno se repetiu várias vezes durante cerca de dois anos.
O bispo Dom Joaquim José Vieira nomeou uma comissão para investigar o caso, tendo como presidente o padre Alexandrino de Alencar e como secretário o padre Manoel Cândido. Essa comissão, concluiu que não houve milagre, mas sim um embuste. Sendo assim, Dom Joaquim suspendeu as ordens sacerdotais de padre Cícero e determinou que Maria de Araújo, fosse enclausurada.
O padre Cícero conseguiu sua absolvição ao se encontrar com o Papa Leão XIII e com membros da Congregação do Santo Ofício. Mas ao voltar a Juazeiro do Norte, a decisão do Vaticano foi revista e padre Cícero teria sido excomungado, que na verdade não aconteceu. No dia 31 de maio de 2006, Dom Fernando conduziu uma comitiva de religiosos e fieis, e enviou ao Vaticano a documentação técnica para a abertura do processo de reabilitação do padre Cícero, que aconteceu em 13 de dezembro de 2015, quando recebeu o perdão da Igreja Católica.
O padre Cícero morreu em Juazeiro do Norte no dia 20 de julho de 1934, aos 90 anos, está sepultado na Igreja Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
O povo de Juazeiro do Norte em reconhecimento e agradecimento aos serviços prestados, construiu um monumento de 27 metros de altura que completou 50 anos. A estátua, atraí hoje, 2,5 milhões de pessoas ao ano e é um importante ponto turístico da região do Cariri, de onde se avista a cidade de Juazeiro do Norte e da Chapada do Araripe. Hoje, símbolo de fé e romaria.