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O Fantástico mostrou neste domingo (16) que Telegram não é confiável


A Rede Globo, através do programa de domingo "Fantástico", soltou uma matéria à respeito das conversas vazadas entre o ex-juiz Sérgio Moro e aos procuradores da Lava-Jato divulgadas pelo site The Intercept. É notório que a uma intenção de mostrar a imparcialidade de Sérgio Moro no julgamento de Luis Inácio Lula da Silva. Ontem, o Fantástico desmascarou a Intercept e a Telegram.

As conversas entre Deltan Dalagnoll e Sérgio Moro, não tem validade jurídica alguma e não são confiáveis, com quase 100% de certeza de que elas foram violadas ou arranjadas.

Os dois questionam a autenticidade das mensagens alegando que podem ter sido adulteradas.

O folclórico Pavel Durov, que mora em Dubai, não retornou a Rede Globo e muito menos foi encontrado. Há alguns meses atrás, ele chamou o WhatsApp de porcaria. O que as investigações mostram na atualidade é justamente o contrário. O sistema Telegram não há proteção alguma sobre as mensagens enviadas através dele.

Moro e os procuradores negam ter visto impropriedade nas mensagens e não reconhecem a autenticidade das mesmas, e acrescentam, "é uma invasão criminosa".

O professor Marcos Simplício, do Departamento de Engenharia da Computação da USP, respondeu a várias perguntas no Fantástico, chegando a seguinte conclusão: “Não tenho tanta certeza da percepção, porque na área técnica não se coloca tanto o Telegram como o mais seguro”.

Pra comparar os aplicativos, vamos entender o que é uma mensagem ''criptografada" ou "encriptada". O professor da USP explica, com um exemplo de mensagem: ”Você manda o numero 1 2 3 4 5 6, quando ele tá encriptado o que vai acontecer é que ele vai ser um número maluco. 9 8 3 1 1 2”.

As mensagens normais do Telegram não são criptografadas de ponta a ponta. Elas saem "embaralhadas" do celular, mas depois são desembaralhadas nos servidores – que são os computadores de grande porte do aplicativo –, onde ficam armazenadas. “Privilegia essa questão de usabilidade. Usuários não vão perder as suas mensagens”, afirma Marcos Simplício. Já no WhatsApp, as mensagens ficam guardadas só nos celulares dos usuários. E são criptografadas de ponta a ponta. “Qualquer pessoa que pegar no meio do caminho ela vai ver dados com aparência aleatória e não dá pra decifrar”, diz o professor da USP.

Ele explica que no WhatsApp, qualquer pessoa que invadir uma conta não terá como puxar as mensagens antigas, pois elas estão guardadas apenas no celular do usuário. Agora, se alguém invadir uma conta de Telegram, aí dá pra acessar as mensagens antigas, porque elas estão arquivadas num servidor. É só o invasor pedir o histórico que o servidor entrega.“Mesmo que o seu celular esteja desligado, mesmo que você não dê acesso direto a ele”, reforça Marcos Simplício.

Até existe um jeito de as mensagens do Telegram serem criptografadas de ponta a ponta. Mas, pra isso, é preciso entrar no chamado "chat secreto".

“A pessoa tem que pensar: ‘Hoje eu vou mandar uma mensagem que eu preciso proteger, criar o tal do chat secreto pra fazer a proteção de fato, porque se não, ela vai ficar armazenada no servidor’”, diz o professor da USP.

Seja qual for a origem das mensagens atribuídas a Moro e à Lava Jato, o ministro e os procuradores não reconhecem a autenticidade delas. E, segundo o professor da USP, vai ser quase tecnicamente impossível determinar de onde as mensagens realmente vieram, e se foram adulteradas. Isso tem a ver com a própria maneira como os aplicativos de mensagens são projetados.




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